A cobertura da Hudson Tower, à noite, era um luxo silencioso com cheiro de uísque, ambição e testosterona em brasa.
No centro da sala de reuniões — revestida com vidro preto e mármore italiano — Dante Navarro encarava o skyline como se Nova York fosse um jogo de xadrez.
E ele fosse o rei.
— “Você vai perder.” — Lorenzo cravou, jogando um cubo de gelo no copo de Enzo. — “Tô te falando, irmão. Já vi esse filme. Você vai cair de cara nos saltos da mulher e nem vai perceber.”
Dante não respondeu. Só ergueu a taça de uísque e girou devagar.
— “Ela tá vindo até mim amanhã. Sala 03. Onze da manhã. Contrato novo. Rebranding da startup espanhola. A desculpa perfeita.”
Gael soltou um riso seco:
— “Ou seja… você vai pagar uma fortuna só pra ter o direito de olhar pra bunda dela legalmente. Empresarialmente. Civilizadamente.”
— “Legalmente é melhor do que clandestinamente.” — Dante rebateu, sem perder o tom. — “Pelo menos, assim, ela me deve reuniões. Relatórios. Contato constante.”
Lore