Apartamento 406, 16h47 — Domingo oficialmente declarado “dia das bruxas modernas”.
Clara estava com uma taça de vinho na mão, sentada com uma perna por cima do encosto do sofá, enquanto Rebeca folheava um aplicativo de mensagens com um sorriso bobo.
— “Então ele te chamou pra sair?” — Clara perguntou, com aquele olhar que dizia: não finge que não tá apaixonadinha.
— “Chamou!” — Rebeca respondeu, quase derrubando o celular de tão agitada. — “Mandou mensagem hoje de manhã. Disse que me achou diferente… tipo, especial.”
Clara arqueou a sobrancelha:
— “Hm… Especial. Isso é a versão masculina de ‘você é legal’. Mas… vamos fingir que é genuíno.”
Rebeca revirou os olhos.
— “Clara, por Deus. Por que você é assim?”
— “Prática.” — ela respondeu, sorrindo com a taça entre os dedos. — “Agora presta atenção. Você quer que ele fique interessado de verdade?”
— “Óbvio.”
— “Então me escuta.” — Clara se ajeitou no sofá, cruzando as pernas. — “O truque é fazer o cara acreditar que ele tá no controle, ma