Letícia hesitou por um instante. Viu a mensagem chegando no celular dele, viu o jeito que os olhos dele mudaram, como quem acaba de ver o nome que realmente importa.
Mas mesmo assim… ela tentou.
Deu dois passos. Se aproximou pelo lado. Tocou no ombro dele, como se aquele gesto ainda tivesse algum poder. Desceu a mão devagar, com as unhas feitas e a intenção suja. Os dedos passaram pelo colarinho da camisa dele.
— “Dante…” — a voz mais baixa, mais doce. Veneno dissolvido em mel. — “Eu só queria… lembrar você do que a gente já teve. De como… a gente se encaixava.”
Ele virou o rosto. Devagar.
O olhar, dessa vez, era um bisturi.
— “Letícia.”
A voz dele cortava como navalha gelada.
— “Eu fui educado. Porque você fez parte de um pedaço antigo da minha vida. Mas esse tipo de cena… não combina com você. E definitivamente, não combina comigo.”
Ela tentou manter a pose. Ainda com a mão pousada ali.
Dante afastou o toque, firme, mas sem violência. Como quem devolve um objeto indesejado pra prate