O elevador ainda não tinha apitado no térreo quando Dante abriu a porta de vidro do andar privativo e cruzou o espaço até Clara.
Ela já tinha virado de costas, pronta pra desaparecer no 49, com o andar ereto e a vitória escorrendo pelas pernas como se usasse Dior líquido.
— “Clara…” — ele chamou, a voz ainda rouca.
Ela parou, de lado, sem se virar totalmente. Sobrancelha arqueada.
— “Vai querer mais três minutos?”
— “Quero uma hora.” — ele rebateu. — “Com direito a entrada, prato principal e sobremesa.”
Clara sorriu de canto, deslizando o cartão de acesso pelo bolso da saia.
— “Tá me chamando pra almoçar agora?”
— “Tô te convocando pra uma reunião de trabalho… com couvert artístico.”
Ela virou completamente agora, os olhos rindo mais que os lábios.
— “Hoje não dá. Tenho três briefings, uma análise de concorrência e duas reuniões. Uma com cliente. Outra com o RH.”
— “Ótimo. Eu também tenho tudo isso.” — ele respondeu, se aproximando. — “Só que a minha agenda tá mais flexível quando voc