A noite chegou, e junto com ela, Léo. Ele entrou com um beijo na testa, um gesto que já me era familiar, e perguntou como eu tinha passado o dia. Respondi que 'bem'. Ele tomou banho, jantamos e, em seguida, foi para o quarto terminar de responder alguns e-mails. Eu estava na varanda, sentindo a brisa e o cheiro das uvas, quando um carro se aproximou da propriedade.

Carlos apareceu, com uma expressão de surpresa no rosto. 'Meu Deus!', ele falou, voltando para dentro. O carro parou e, dele, desceu uma moça bem vestida, aparentemente de boa família.

'Então é mesmo verdade?', ela disse, me olhando dos pés à cabeça. 'Ele vai mesmo tentar me atingir', falou com um tom de nojo e arrogância.

'Desculpe, eu não estou entendendo', falei, sem conseguir processar a situação.

Foi então que uma voz de autoridade ecoou atrás de mim, a voz de Léo, que Carlos havia ido buscar.

'Saia das minhas terras agora.'

'Eu só vim conversar', ela respondeu, a voz carregada de raiva.

'Não tenho nada para conversar