Tara sempre sonhou com uma única coisa: vingança. Desde criança, alimentou seu desejo de fazer Otto Dellaney pagar por seus pecados. Aguardou anos pacientemente até que, finalmente, teve a oportunidade de executar seu plano. Infiltrou-se na empresa de Dellaney como secretária, passando despercebida enquanto tecia sua teia de manipulações. Tudo parecia estar correndo conforme o planejado, até que um obstáculo inesperado surgiu em seu caminho: o enteado de Otto, Mason, estava prestes a assumir a presidência da empresa. Mason, por sua vez, não tinha interesse na posição de presidente. No entanto, sua mãe estava determinada a manter o controle da empresa na família. Para garantir isso, ela impôs a condição de que Mason se casasse e tivesse um herdeiro dentro de seis meses. Mas o destino reservou-lhe uma reviravolta inesperada quando uma mulher deixou um bebê com sua secretária, acompanhado de uma carta reveladora: Mason era o pai da criança. Diante dessa revelação bombástica, Mason se viu forçado a fazer um acordo com sua secretária, Tara, para garantir seu lugar na empresa e cumprir as exigências de sua mãe. O que começou como uma jogada de vingança de Tara rapidamente se transformou em uma intrincada teia de segredos, alianças inesperadas e um jogo de poder que mudaria o destino de todos os envolvidos.
Leer másTara
Paro diante do prédio a frente, olhando com atenção. Deveria ter uns vinte a trinta andares, as janelas espelhadas refletiam a luz do sol diante do arranha-céu que era.
Olho para a porta de vidro a frente, passando por ela em seguida, poucas pessoas transitavam no saguão cinza com porcelanato e logo a mulher atrás do balcão me entrega um crachá com o nome visitante escrito.
Trinta e nove andares depois, o elevador abre e me deparo com mais algumas pessoas andando de um lado para o outros, telefones tocando e murmúrios baixos.
Isto explicava o por quê dali ser a sede da Delaney Enterprises, estava naquele momento no coração dos negócios de Otto Delaney.
Ando em direção da mesa em minha frente, parando poucos passos depois, quando a secretária atrás dela coloca o telefone no gancho.
— Tenho uma reunião marcada ás nove.
Ela abre a agenda ao lado, assentindo antes de me olhar.
— Tara Knowles.
— Será chamada em breve — Lanço um breve sorriso em sua direção, antes de me aproximar de uma das cadeiras próximas.
Dou uma rápida olhada no meu relógio de pulso, ciente de que estava dentro do horário.
Olho para a pilha de revistas ao lado, acabando por ceder a elas. Folheio com total desinteresse, prestando atenção toda vez que alguma funcionária passa por mim.
O tempo continua a passar e eu continuo controlando a ansiedade, junto com a impaciência que se instalava em mim. Preciso me manter calma e seria justamente isso que faria se quisesse que meu plano desse certo.
— Ela irá vê-la agora — diz a secretária de repente ao levantar.
Sorrio sem mostrar os dentes, enquanto em minha mente ecoava uma pergunta: Ela?
Não estava esperando ser entrevistada por outra pessoa que não fosse Otto Delaney. Era por ele que esperava ser entrevistada e não por uma subordinada qualquer. Mesmo com essa descoberta, não deixei que meu desapontamento ficasse em evidência, agi como se não me importasse com este fato e me perguntei por um momento aonde o presidente daquela empresa estaria, que não poderia ir pessoalmente entrevistar a própria secretária.
A secretária b**e na porta, ouvindo uma resposta no interior do cômodo, antes de abri-la. Atrás da mesa, havia outra mulher de cabelo pixie castanho, rosto redondo e olhos estreitos, vestida em um conjunto de camiseta branca social e saia lápis.
As paredes são decoradas com quadros motivacionais e diplomas, sugerindo uma carreira bem-sucedida e uma mente focada no sucesso. A iluminação é suave, criando uma atmosfera relaxante, mas ainda assim adequada para o ambiente de trabalho.
No centro da sala, há uma mesa de madeira polida, organizada de maneira impecável, com uma pilha de currículos alinhada perfeitamente. Uma pequena planta em um vaso elegante adiciona um toque de vida e frescor ao ambiente.
A entrevistadora, uma mulher confiante e profissional, está sentada atrás da mesa. Seu sorriso é caloroso e acolhedor, mas seus olhos mostram a determinação e a atenção aos detalhes que traz.
O ambiente em si é tranquilo, com apenas o suave zumbido do ar-condicionado e o ocasional ruído abafado vindo de fora.
Se fosse para escolher o rosto da empresa, sem dúvida seria ela.
— Você gostaria de uma água, café, chá?
Olho para a secretária parada ao lado da porta, mantendo um leve sorriso no rosto assustado, por parecer ter esquecido de alguma coisa.
— Água, por favor — A secretária assente, antes de fechar a porta ao sair. Inspiro profundamente, olhando para a mulher em minha frente, que logo se apressa em estender a mão em minha direção.
— É uma prazer tê-la aqui, Srta. Knowles, sou Jen, por favor, sente-se — diz ao apertar minha mão e indicando a cadeira em frente, agradeço com um sorriso, cruzando as pernas ao sentar, deixando minha bolsa na cadeira ao lado — Li seu Curriculum Vitae e confesso que me impressionei com todos os detalhes — Ela ergue o olhar dos papéis sob a mesa, cruzando os braços sob a mesa — Por que quer trabalhar na Delaney Enterprises?
— Acredito que me encaixaria melhor aqui — E não tinha dúvida que sim.
Ela volta a olhar para os papéis.
— Com todas essas informações aqui, poderia trabalhar aonde quisesse.
Um pequeno sorriso ergue os cantos da minha boca.
— Mas aqui estou eu.
Os olhos dela vagam por todo conteúdo mais uma vez e controlo um pouco mais a impaciência, inspirando o ar profundamente sem deixar que minha expressão deixasse transparecer alguma coisa.
— E acho que já tenho uma resposta para você — Ela se levanta, apoiando as pontas dos dedos na mesa, antes de estender uma delas na minha direção — Sr. Delaney irá ficar muito feliz em ter você na equipe, Srta. Teller — Solto o ar dos pulmões, apertando sua mão ao levantar — Seja bem vinda.
— Obrigada.
— Amanhã passarei a agenda com os compromissos do Sr. Delaney e algumas instruções de como tudo por aqui funciona.
A porta atrás de mim abre e a secretária entra com o copo de água.
— Obrigada mais uma vez — murmuro, olhando para a secretária — Não vai mais precisar — Dito isso, saio da sala, sentindo que um peso saia das minhas costas a cada passo que eu dava.
Entro no elevador, observando as portas se fecharem, soltando o ar dos pulmões e permitindo ser eu enquanto o elevador descia pelos andares.
Inspiro profundamente, me lembrando do por quê estava ali e o que precisava ser feito. Otto Delaney estava com seus dias contados e seria eu a responsável por isto, mas antes disso, faria com que se arrependesse amargamente de um dia ter feito parte da minha vida.
Havia tido tempo suficiente para planejar cada passo que daria, cada movimento. E faria qualquer coisa que estivesse no meu alcance e fora também para que meu plano desse certo e Otto acabasse aonde tinha que estar já algum tempo: morto.
UM ANO DEPOIS— Ele está ocupado? — Paro na frente da mesa do assistente de Mason, segurando a mão de Thomas.— Pode entrar. — Ele balança a cabeça com um sorriso antes de voltar a atenção para a tela do computador.Vou até a porta do escritório e bato na madeira como já fiz centenas de vezes. Seu resmungo grave atravessa a porta, e eu a abro antes que ele tenha a chance de reclamar.— Já falei para não me atrap… — Sua voz baixa quando nossos olhos se encontram. Sua cara fechada se transforma rapidamente no sorriso característico que deixa meus joelhos fracos.Minhas pernas tremem e quase torço o tornozelo antes deme endireitar.Ele se levanta e me ajuda a me sentar na cadeira antes que eu faça algo infeliz como cair de cara no carpete. O jeito como ele está agindo desde que anunciei que estava grávida me faz sentir como se ele não fosse descansar até eu estar permanentemente protegida em plástico-bolha.— Falei para você parar de usar essas armadilhas mortais há semanas. — Desde qu
Tara— Estamos chegando?Quando o motorista de Mason me ligou dizendo que ainda tinha algumas coisas minhas para ser pegas, não hesitei em ir, Mason queria que eu sumisse de sua vida e qualquer pertence meu, menor que seja, poderia estar o irritando.— Sim. — Ele bate no volante no ritmo da música que sai do rádio.— Parece que estamos dando voltas há horas.Ele ri.— Faz meia hora. No máximo .Um raio corta o céu.— Vai chover logo.— Que conveniente — Ele responde com a voz seca.— Vai me dizer o que está acontecendo ou vai seguir com o elemento surpresa aqui?— Não sou eu que vou surpreender você.— Quê? Ele para o carro e destrava as portas.— Saia.— Está de brincadeira?— Infelizmente não. Mas tenho certeza de que você gostaria que eu estivesse.Não mexo um músculo. Ele sai do carro e dá a volta pelo capô para abrir minha porta.— Vamos.— Estamos no meio do nada.— Pare de ser dramática. Passamos por um Starbucks há dez minutos.— Por que estamos aqui? — Estou chocada demais
MasonEncaro a tela do celular por mais tempo do que deveria, esperando uma resposta que nunca chega, havia mandado uma foto de Thomas por “engano”. Meu coração aperta no peito a pela mensagem ignorada.Você pode ficar chateado ou seguir em frente com o plano .Respiro fundo, desligo o computador e saio do escritório.— Aonde você vai? — Jen ergue os olhos da tela.— Vou tirar o resto do dia de folga.— Quê?— Por favor, cancele todos os meus compromissos pelo resto do dia. Não vou estar disponível.— Todos os oito compromissos?— Isso é um problema?— Não, mas…— Ótimo. Vejo você amanhã. — Sigo para a saída antes de parar para olhar para trás para minha nova secretária, que ainda está boquiaberta.— Obrigado por me ajudar. Eu sei que você não precisava, mas agradeço por ter substituído a Tara mesmo assim.— Estou fazendo isso por você. Não por ela.— Eu sei, e esse é o motivo. — Saio do andar com a cabeça erguida e pronto para colocar meu plano em ação.***O motorista e eu rodamos
TaraPasso meu primeiro dia desempregada fazendo absolutamente nada.Era para ser incrível e tudo que eu sonhava que seria, mas não consigo superar o fato de que fui demitida pelo meu suposto marido. E, em um grande sentido, sinto que larguei Mason também.Fico olhando fixamente para o teto pelo que parecem horas tentando decidir o que fazer. O impulso de perguntar a Mayra como estão as coisas é quase tão forte quanto o desejo de ligar para Mason. Como posso não ligar depois que ele me mandou uma foto de Thomas? Com certeza ele diria que foi por engano...Não sei o que fazer com todas as sensações que me atingem de uma única vez. Embora eu sinta raiva de Masonpelo jeito como agiu, eu me sinto igualmente culpada por saber que está sofrendo por mim. Não sou o tipo de pessoa que guarda ressentimentos. Eles me deixam nauseada, irritadiça e ansiosa a ponto de precisar de um Xanax.Tento me distrair atualizando meu “currículo”. É melhor eu fazer alguma coisa útil em vez de me afundar em s
MasonPela babá eletrônica, observo Thomas dormindo em seu quarto, me perguntando se sentiria a falta dela, assim como eu estava desde do momento que a mandei ir embora.Expiro profundamente enquanto me dirijo à cozinha.Depois daquela curta viagem infernal e da conversa com a mãe de Tara, não tenho energia para cozinhar nada, mas meu estômago roncando exige algum tipo de nutrição.Vasculho a despensa, revirando itens diferentes até me decidir pelo favorito de Tara.Macarrão de caixinha.A pressão no meu peito se intensifica enquanto considero todas as vezes que ela cozinhou para mim ao longo das semanas. Podia não ser nada gourmet, mas eu não ligava desde que ela me fizesse companhia.Companhia que não tenho mais porque a afastei por ter sido usado.Coloco dois jogos americanos sem parar para pensar.Levo dez minutos até me dar conta do erro, e minha garganta aperta a ponto de ser difícil respirar. Tento comer, mas tudo tem gosto de papelão para mim. Minhas entranhas se reviram mais
TaraMason não estava em nenhuma parte da empresa, o viram sair, mas não sabiam para onde havia ido.Aquela tarde se arrastou como uma eternidade de incertezas. Liguei repetidamente para o celular de Mason, desesperada por qualquer sinal dele, enquanto Thomas, cansado da espera, finalmente adormeceu ao meu lado no banco do parque.Resolvi então ir para casa, deixando Leanne esperando. Não seria eu quem avisaria quando ela decidisse partir.Ao entrar em casa, uma sensação de vazio tomou conta de mim. Percorri todos os cômodos, esperando encontrá-lo em algum lugar, mas não havia nenhum sinal de Mason.Voltei a ligar para seu celular, impaciente, enquanto a noite começava a cair lentamente. Thomas continuava adormecido, alheio à minha aflição crescente.Quando tudo parecia perdido, ouço a porta se abrir. Meu coração disparou de alívio e irritação ao mesmo tempo. Corri em direção ao som e o vi entrando, como se nada estivesse errado.~ Quer me dizer aonde estava?! ~ grito, misturando alív
Último capítulo