O jantar estava pronto.

A longa mesa de carvalho da mansão Ferraro parecia saída de uma pintura antiga. Sob a luz cálida dos candelabros dourados, as taças de cristal brilhavam como pequenas estrelas, e o reflexo das chamas dançavam sobre os talheres de prata perfeitamente alinhados. O aroma que vinha da cozinha era envolvente, um misto de ervas frescas, vinho tinto e o toque amadeirado das velas perfumadas. Havia um tipo de solenidade silenciosa no ar, o tipo de atmosfera que só existia em casas onde as aparências eram uma forma de arte.

Clara descia os últimos degraus com passos firmes, sustentando a postura que praticou diante do espelho inúmeras vezes. Por dentro, no entanto, tudo nela tremia.

Podia sentir o olhar de Lucca sobre si, pesa