[Céline]
Ela deixou o quarto depois que o som da porta se fechando já tinha se dissipado pelo corredor.
Por alguns instantes, caminhou sem rumo exato, só seguindo o fluxo de passos e vozes abafadas. O castelo tinha aquela rotina estranha de lugar que nunca descansa: gente trocando turno, carregando caixas, limpando, patrulhando.
Em algum ponto, ela percebeu que ainda estava com o corpo reagindo ao que tinha acontecido ali dentro.
À noite.
De manhã.
À frase dele: “Ontem à noite não foi um erro.”
O eco daquilo parecia bater na mesma frequência da palavra que ela ainda se acostumava a colocar no lugar certo:
Ama.
Ela.
Ele.
Os dois juntos, no meio de um castelo que media tudo em riscos.
Ela encontrou o caminho até o corredor que dava para uma das varandas internas, precisando de ar que não cheirasse só a pedra e controle.
Riven estava ali.
Recostado na mureta, o tablet numa mão, a outra segurando uma xícara de café já frio.
— Achei que você não fosse aparecer — ele comentou