Haruki havia finalmente conseguido colocar tudo em ordem: as mochilas já estavam encostadas ao lado da porta do quarto, cheias até o limite com água, comida, roupas e alguns itens essenciais. A casa, no entanto, parecia encolher diante do peso daquela notícia inesperada—terremoto iminente, evacuação em massa, militares nas ruas.
Mas o pior não era o caos ao redor.
Era o silêncio entre os ruídos.
O silêncio que ficava entre um pensamento e outro.
Aquela inquietude que parecia morder o fundo de sua mente desde que acordara naquela manhã.
Sentado na borda da cama, Haruki apertou o celular entre as mãos ainda trêmulas. Ele tentava controlar a respiração, mas o ar entrava pouco e saía rápido demais. A sensação de algo enorme, implacável e perigoso, pairava sobre ele como uma sombra que se aproximava com passos pesados.
De repente, o celular vibrou. O toque curto, insistente.
Emi.
E logo abaixo, o nome dos seus pais em chamada conjunta.
O coração de Haruki disparou.
Ele atendeu antes mesmo