Haruki despertou antes mesmo que o alarme tocasse.
Os olhos abriram devagar, encontrando o teto branco que parecia mais pálido do que de costume. O quarto estava silencioso, mas não era um silêncio calmo. Havia algo diferente no ar — uma vibração quase imperceptível, uma espécie de pressão que fazia a respiração sair pesada, como se o próprio ar tivesse engrossado durante a noite.
Ele se sentou lentamente na cama.
Seu peito estava apertado.
Um tipo de inquietude profunda, antiga, quase instintiva, percorria seu corpo como se tivesse sido acordada por algo invisível. Um arrepio subiu-lhe pela nuca, arrepio que não tinha razão nem explicação.
Haruki esfregou os olhos e ficou parado por alguns segundos, tentando entender por que aquele sentimento não desaparecia.
— Que estranho… — murmurou para si mesmo.
Se isso fosse apenas ansiedade… ele reconheceria. Ele sabia identificar quando estava preocupado por algum evento, gravação, entrevista, algo da agência. Mas aquilo… aquilo parecia vir d