Haruki despertou antes do amanhecer, o coração acelerado como se estivesse a correr uma maratona que nunca começara de fato. A sensação era a mesma de sempre, aquele mesmo aperto sufocante nos últimos dias — mas naquela manhã, algo era diferente. Era como se o ar ao seu redor estivesse mais pesado, mais denso, quase consciente. Ele inspirou profundamente, mas nada parecia preencher seus pulmões. O medo que vinha tentando esconder finalmente se infiltrara por completo.
Ficou alguns segundos deitado, apenas ouvindo a sua própria respiração irregular. Depois, sem coragem para permanecer mais um minuto ali, ergueu-se da cama. O chão gelado tocou-lhe os pés, e Haruki estremecia mais pelo nervosismo do que pela temperatura.
Caminhou até o banheiro com passos automáticos. Ao acender a luz, piscou quando a claridade atingiu seus olhos cansados. Despiu-se lentamente, como se cada movimento fosse parte de um ritual de despedida. Entrou no chuveiro e deixou que a água quente caísse sobre o seu c