Haruki despertou com um susto.
Um barulho forte ecoou do lado de fora, seguido por gritos, vozes misturadas, choros e passos apressados pelo corredor do prédio. Ele arregalou os olhos e levantou de imediato, o coração batendo tão rápido que sentiu a pulsação no pescoço.
Por um instante ficou parado no quarto, tentando entender se era um sonho.
Mas não era.
O som era real.
Vozes reais.
Desespero real.
A inquietude que o acompanhava desde antes da evacuação reacendeu com força total, como se soubesse que algo grave estava prestes a acontecer.
Ele deixou o quarto às pressas, ainda com a roupa de dormir, e caminhou até a porta da frente. Mal conseguiu colocar a mão na maçaneta — porque os sons do lado de fora se tornaram mais claros:
Choros.
Pessoas se abraçando.
Portas batendo.
Malas arrastadas.
E frases partidas, de vozes trêmulas:
— “Eu te amo… tudo vai ficar bem…”
— “Nos vemos amanhã… eu prometo…”
— “Não chora, mamãe… é só um teste…”
— “Se cuidem, por favor… por favor…”
O coração de H