O dia estava marcado.
O parque escolhido não era grandioso, apenas um espaço simples, com trilhas ladeadas de cerejeiras e um lago onde os patos descansavam. Para qualquer outra pessoa, poderia parecer um encontro casual, quase banal. Para mim, porém, significava atravessar o abismo que havia entre passado e presente, entre ferida e cicatriz.
Os dias que antecederam essa data se arrastaram como se o ponteiro do relógio estivesse preso em cada segundo. Pela manhã, ainda seguia minha rotina: acordava cedo, preparava chá verde no pequeno kyūsu, deixava o aroma leve da infusão se espalhar pela cozinha. O gesto era mecânico, herdado de anos vendo minha mãe preparar o chá, mas agora carregava outro sentido. Servia como um ritual para não desmoronar, uma âncora para me lembrar que ainda estava no presente, que o mundo não havia parado só porque meu coração insistia em acelerar.
No estúdio, com Sakura ao meu lado, a música fluía. Ensaiávamos novas canções, discutíamos arranjos, ríamos em