Assim que os portões do parque surgiram diante de mim, senti o corpo vacilar. Era como se aquele espaço, tão comum para tantos, fosse para mim um limite invisível. Respirei fundo e entrei.
As árvores balançavam suavemente, deixando cair pequenas pétalas que se prendiam à minha roupa. Crianças corriam em círculos, segurando balões coloridos, enquanto casais mais velhos passeavam de mãos dadas. O som de uma flauta distante — provavelmente alguém treinando em algum canto do parque — se misturava ao canto dos pássaros. Tudo parecia orquestrado para ser leve, quase alegre.
E, no entanto, dentro de mim havia apenas silêncio. Um silêncio denso, que abafava cada riso ao meu redor. Caminhava devagar, olhando para o chão coberto de pétalas, como se cada passo fosse pesado demais.
Passei por um lago pequeno. As carpas se agitavam sob a superfície, refletindo os raios do sol que atravessavam os galhos. Um grupo de estudantes riu alto quando uma delas saltou para morder um pedaço de pão. Eu