O Dia Prometido

Quando a carta chegou, minhas mãos tremeram tanto que quase não consegui abrir o envelope. Reconheci a caligrafia dele de imediato — firme, contida, mas ao mesmo tempo carregada de uma tensão que quase podia ser sentida no papel. Só de ver seu nome no remetente, o coração disparou.

Abri com cuidado, como se qualquer descuido pudesse rasgar o fio frágil que finalmente nos ligava de novo. Li uma vez. Duas. Três. Cada palavra gravava-se em mim como fogo.

A data. O local. Um parque.

Era real. Ele queria me ver.

Chorei. Não as lágrimas ruidosas que costumava deixar escapar na solidão do meu quarto, mas lágrimas silenciosas, pesadas, que escorriam pelo rosto sem que eu pudesse contê-las. Senti como se o mundo tivesse voltado a girar, como se uma pequena fresta de luz tivesse se aberto no breu em que minha vida se transformara.

Nos dias seguintes, tudo parecia diferente. A casa, ainda mergulhada em silêncio e dor, pesava menos em mim, porque dentro do meu peito havia uma esperança esco
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