A noite caiu silenciosa sobre a pequena cidade.
O vento leve carregava o cheiro distante das ameixeiras, e o som dos passos de Haruki se misturava ao canto discreto dos grilos.
A casa dos pais desaparecia atrás dele, engolida pela penumbra.
Mas o peso do reencontro permanecia — um nó preso entre o peito e a garganta.
Haruki
O trem já não fazia tanto barulho à noite, e, no vagão quase vazio, o reflexo do vidro devolvia o seu próprio rosto — cansado, mas de alguma forma... mais sereno.
Havia algo estranho em sentir paz e dor ao mesmo tempo.
Encostou a cabeça na janela fria. As luzes da cidade passavam rápidas, riscadas de brilho.
Fechou os olhos.
Tudo ainda pulsava dentro dele — a voz trêmula da mãe, as mãos do pai, o abraço que parecia ter durado uma eternidade e ao mesmo tempo um instante.
“Eu quero perdoar.”
Ele ainda podia ouvir a própria voz dizendo aquilo.
E agora, o eco daquelas palavras doía mais do que o esperado.
No fundo, Haruki sabia que o perdão não era o fim de nada — era