A tarde havia nascido pesada.
Mesmo o vento parecia indeciso — soprava e morria antes de alcançar o jardim.
Dentro da pequena casa, o tempo estagnara entre a culpa e a esperança.
Emi caminhava de um lado para o outro na sala. O aroma do chá recém-preparado se misturava ao cheiro do incenso aceso pela mãe — um gesto automático, quase supersticioso.
O pai permanecia sentado, os cotovelos apoiados nos joelhos, as mãos entrelaçadas. Os olhos baixos.
— Ele virá — disse Emi, pela terceira vez. — Prometeu que viria.
A mãe não respondeu. O olhar dela estava fixo na porta, como se pudesse chamá-lo com o simples ato de esperar.
O pai respirou fundo.
— E se ele vier só para dizer adeus? — perguntou, a voz falhando.
Emi se aproximou.
— Então que seja um adeus verdadeiro. Mas acho... acho que ele quer mais do que isso.
O silêncio que seguiu parecia engolir as paredes.
E então, o som do portão. Um ruído metálico, breve, mas que fez o coração de todos pararem por um segundo.
A mãe se levantou, o cor