O sol daquela manhã parecia mais brando que de costume.
A luz entrava pelas janelas como se tivesse medo de incomodar.
No jardim, o vento agitava as folhas do bordo vermelho e fazia o sininho da varanda cantar baixinho, o mesmo que soava quando Haruki era criança.
Aiko acordou cedo.
Tinha limpado a casa inteira na noite anterior, como se quisesse apagar todos os rastros do passado.
Preparou arroz fresco, sopa de miso, peixe grelhado e vegetais cozidos no vapor.
Nada sofisticado — apenas o sabor da casa, o que ela sabia que o filho mais velho reconheceria no olfato antes mesmo de sentar-se à mesa.
Mas, enquanto mexia o miso, suas mãos tremiam.
Não sabia o que dizer quando Haruki chegasse.
Não queria que o reencontro se parecesse com o de dias atrás, carregado de lágrimas e arrependimentos.
Queria um dia normal — ou pelo menos, algo que se parecesse com isso.
Kenji apareceu na cozinha em silêncio, o cabelo ainda úmido do banho.
Aiko percebeu o esforço dele em parecer tranquilo.
— Está b