Clara
Acordei com a luz da manhã filtrando pelas cortinas. Por um momento, esqueci onde estava, esqueci com quem estava. O corpo ao meu lado, quente e tão familiar, me fez lembrar de tudo que aconteceu na noite anterior.
Jason dormia profundamente, de costas, uma expressão serena que contrastava com todo o turbilhão que ele tinha causado dentro de mim. Vê-lo assim, tão vulnerável, partia algo dentro do meu peito — como se parte de mim ainda quisesse protegê-lo, mesmo quando a outra parte gritava para fugir. Sabe por quê? Porque Jason grita PERIGO. Ele já ferrou demais com a sua vida. CHEGA!
Levantei devagar, pegando uma camiseta qualquer do chão e indo até a cozinha. Precisava de café. Precisava de silêncio. Precisava de distância. Precisa de tudo e nada naquele mesmo momento.
Mas a distância agora era impossível.
O cheiro dele ainda estava em mim. Na cama. No ar. Em todos os lugares que eu fosse, não importava, ele sempre invadia meus pensamentos.
Enquanto a cafeteira trabalhava,