Clara
Jason estava saindo cedo para uma reunião importante. Ele estava um pouco mais tenso do que o normal, o que me fez levantar uma sobrancelha.
— Vai fechar algum negócio com o presidente dos Estados Unidos? — brinquei, jogando uma uva na boca Ele só riu.
— Algo assim. CEO precisa sorrir pra muita gente falsa, mas o que me salva é saber que volto pra você.
Eu ri também, mas ainda achava engraçado aquele título: CEO.
Jason nunca ostentou nada. Não andava com relógios caros, não fazia questão de roupas de grife, muito menos comentava sobre valores. O máximo de “luxo” que eu conhecia dele era o vinho que ele adorava tomar comigo nas noites em que terminávamos o dia no sofá — ou no chão da sala. Mas algo me cutucava por dentro.
Enquanto ele saía, deixei a floricultura aos cuidados de Ana, minha funcionária, e resolvi organizar alguns papéis em casa. Abri o notebook dele só para verificar um e-mail que eu havia esquecido de mandar da minha conta — estávamos dividindo algumas tarefas do