Clara
Acordei com uma sensação estranha. Daquelas que não dá pra explicar, só sentir. Como se algo estivesse prestes a escorregar por entre os dedos — de novo.
Depois da noite anterior, a esperança tinha ganhado espaço dentro de mim. Ainda era frágil, como uma flor nascendo depois de um inverno longo, mas estava lá. Fazendo o que faço de melhor.
Passei o dia distraída, com o pensamento voltado pro toque da mão do Jason, pro jeito que ele me olhou, como se estivesse me enxergando pela primeira vez de novo. Mas, ainda sinto que às coisas estão tomando outro rumo... e isso me apavora.
Mais tarde quando ele veio atéminha casa, fui buscar um livro que tinha esquecido no carro dele. Ele me deu a chave com aquele sorriso torto de sempre e ficou no portão, falando com alguém ao telefone.
Não sair rapidamente, fiquei ouvindo a conversa por trás da porta, enquanto ele entrava e se acomodava. E pela primeira vez, eu nunca me senti tão idiota por confiar em alguém.
— Claro, eu só preciso confi