Clara
O céu estava em tons de cinza quando cheguei em casa. O vento frio soprava contra meu rosto, mas eu mal sentia. Cada passo parecia me arrastar para um vazio mais profundo, como se a própria terra estivesse prestes a me engolir. Nunca havia sentido um mal-estar tão grande, e pela primeira vez não consigo encontrar uma solução para essa dor latejante.
Assim que fechei a porta, o silêncio da casa me envolveu, pesado e cruel. Uma parte de mim queria se permitir desabar, mas eu sabia que não podia. Não agora. Não mais. Já havia me perdido por tempo demais em algo que só me causava dor.
Peguei o celular e abri a lista de contatos. Jason. O nome brilhava na tela, como uma ferida que se recusa a cicatrizar. Minha mente gritava para não fazer aquilo, mas meu coração estava exausto demais para resistir.
Bloquear.
A palavra brilhou na tela por um instante, tão simples e definitiva. Meus dedos hesitaram apenas por um segundo antes de confirmar a ação. Uma onda de alívio frio percorreu meu