Alice Kim
O silêncio depois que ele saiu do banheiro parecia até aquele silêncio tenso de filme antes da bomba explodir. Zion me olhou. Eu olhei pra ele. E, por dois segundos, eu juro… nem o universo respirou.
Ele passou a mão na nuca, bagunçando ainda mais o cabelo, e me olhou como se eu fosse o próprio motivo da existência dele naquele planeta.
— Isso não pode continuar assim — soltou, grave, rouco, quase uma ameaça.
Cruzei os braços, encostei na porta, tentando não demonstrar o pânico, o desejo, o curto-circuito interno. — E quem disse que começou, Zion?
Ele arqueou uma sobrancelha, deu dois passos, ficou tão perto que o calor dele me atingiu como se eu tivesse enfiado a cara no sol.
— Sério, Alice? — A mão dele deslizou até meu queixo, segurou de leve, me obrigando a olhar direto nos olhos dele. — Depois da bancada... depois da festa... depois do teu quarto... você ainda quer fingir que isso aqui... — ele apertou levemente meu queixo — ...não está acontecendo?
Travei. Minha língua