Alice Kim
Pânico. Surto. Apocalipse. Meu cérebro simplesmente gritou em todas as línguas existentes: "FAZ ALGUMA COISA, MULHER!"
Mas, enquanto eu travava, com cara de quem viu um boleto vencer, ele não.
Zion. O próprio deboche em forma de gente.
O desgraçado simplesmente... puxou a cadeira. Sentou. Pegou o copo de vinho — que até então estava esquecido na mesa —, girou o líquido com uma calma que beirava a psicopatia e deu um gole. Tranquilo. Pleno. Como se, sei lá, não tivesse acabado de quase me devorar na pia.
E eu? Com cara de glitch. De bug no sistema. De “erro 404 – sanidade não encontrada”.
Os passos estavam mais próximos...
A voz da minha mãe ecoou do topo da escada, doce, fofa, cheia de amor e completamente alheia ao fato de que o caos tinha descido pra cozinha:
— Alice? Tá tudo bem aí embaixo? Ouvi um barulho...
Barulho, mãe? Só se foi o som da minha dignidade sendo esmagada contra a bancada!
— T-tá sim! — respondi, com a voz num tom tão agudo que acho que só os cachorros d