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Capítulo 5 — E se eu só... Não me controlar?

Alice Kim

A mesa estava cheia de risadas, pratos vazios e aquele cheiro de comida boa misturado com o cheiro dele.

Zion. Maldito.

Meu padrasto limpou a boca com o guardanapo, se levantando. — Vou buscar mais bebida... Alguém quer alguma coisa?

— Traz um vinho, amor. — minha mãe pediu, já levantando também. — Vou ajeitar lá em cima umas roupas no armário.

Perfeito. Maravilhoso. O universo, literalmente, conspirando pro pior. Ou pro melhor, dependendo do ponto de vista...

Quando me dei conta... só restamos nós dois.

Ele se levantou, juntando os pratos, levando pra pia. Calmíssimo, naturalíssimo, como se a tensão no ar não desse pra cortar com faca de pão.

— Ajuda? — minha voz saiu meio falha. Meio tremida. Meio... ferrada.

Ele olhou por cima do ombro, aquele olhar de canto que já vinha com legenda embutida: Se vier... não sai ilesa.

— Vem. — respondeu, simples. Grave. Rouco. Criminoso.

Levantei, juntei alguns copos, fui até ele. Fiquei do lado. Perto demais. Porque a pia não era tão grande assim. Ou talvez fosse... e a gente só não respeitou o espaço vital mesmo.

Liguei a torneira. O barulho da água parecia mais alto do que era. Ou talvez fosse meu coração no modo batuque do apocalipse.

— Passa o prato. — pedi.

Ele passou. Mas não era só o prato. Era o toque. O roçar dos dedos. O calor. A pele dele na minha. E aquele cheiro. Aquele maldito cheiro.

— Você está sempre assim? — ele soltou, do nada, me olhando, sem nem fingir disfarçar. — Meio... marrenta. Meio... deliciosa.

Quase derrubei um prato. Juro.

— Você está sempre assim? — rebati. — Meio... inconveniente. Meio... irresistível?

O sorriso subiu no canto da boca dele. — Irresistível, é?

A mão dele passou na minha cintura. Na. Maior. Cara. De. Pau.

Apertou. Segurou. Me puxou de leve pra mais perto, só o suficiente pra minha respiração engasgar na garganta.

— Está dizendo isso por experiência própria... ou... — Ele não terminou. Não precisou.

O olhar dele mergulhou no meu. E, por um segundo — UM mísero segundo — o universo parou.

O som da água. O cheiro do sabão. As vozes dos nossos pais lá em cima, bem distantes. Tudo sumiu.

Só existia ele.

E eu.

E aquele espaço ridículo de sete centímetros que separava a boca dele da minha.

Ele passou a língua nos lábios, lento, maldito, indecente. — Tá tremendo, Alice.

— É o frio... — MENTIRA DESCARADA.

Ele segurou minha mão, levou até o peito dele, apertou ali, sobre o coração. O dele estava tão acelerado quanto o meu.

— Então somos dois... — sussurrou.

E foi. Sem espaço pra pensar. Sem espaço pra dúvida.

Ele me prensou contra a bancada, as mãos segurando minha cintura como se eu fosse dele. A boca dele veio. Forte. Intensa. Selvagem. Me devorou.

Nada de beijo fofo. Era desejo puro. Tesão bruto. Proibido. Errado. Mas, meu Deus... como era certo.

As mãos dele apertaram minha coxa, subiram. Meus dedos se perderam no cabelo dele, puxando, arranhando, pedindo mais. Querendo mais.

O mundo podia estar acabando lá fora. A pia tremia. A louça quase caía. E eu? Eu só pensava em como aquilo era a pior ideia da minha vida... e a melhor também.

E foi quando...

PAH. O som de passos no andar de cima. Pesados. Vindo na direção da escada.

Meus olhos arregalaram. O dele também.

— Merda... — ele sussurrou, soltando minha boca, mas sem me soltar de verdade.

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