Alice Kim
Zion Bellini.
Na mesma empresa que eu.
Na mesma sala.
No mesmo projeto.
Filho da mãe.
Ele não fazia parte da equipe ontem. Ontem ele tava sumido. Ontem ele tava... sei lá, ferrando outra parte da minha sanidade.
Mas hoje?
Hoje ele entrou. De crachá pendurado, notebook debaixo do braço e aquela cara de quem sabe exatamente o que tá fazendo.
E o que ele tava fazendo?
Me provocando.
Esperei a sala esvaziar. Julian saiu por último, com um “até amanhã” educado. Respondi com um aceno que queria dizer: não posso agora, tô prestes a explodir.
Quando me levantei, Zion ainda estava ali.
Encostado na mesa. Me olhando.
Como se já soubesse o que vinha.
— Você está me perseguindo? — cuspi, sem rodeios.
Ele ergueu uma sobrancelha. Calmíssimo, claro. — Ué. Não posso trabalhar aqui também?
— Engraçado. Você nunca ligou pra essa empresa até ontem. Agora, de repente, é funcionário? Justo da equipe que trabalha comigo?
— Coincidência. — ele deu de ombros, o sorriso de canto surgindo, veneno