A festa já tinha acabado há horas. Enquanto a maioria dos convidados já havia ido embora, eu ainda estava lá, com o corpo e a mente pesados de tanto trabalhar. Era quase 3 da manhã, e eu mal conseguia manter os olhos abertos. Desde as 17h, quando a festa começou, eu estava naquele mesmo ritmo, servindo, limpando e tentando não pensar demais nas minhas frustrações. As luzes do salão já estavam fracas e o barulho da multidão tinha se transformado em murmúrios e passos apressados dos poucos que ainda permaneciam. Eu, exausta, recolhia os últimos copos e guardava os cacos de vidro com cuidado, como se cada pedaço quebrado representasse um sonho que eu lutava para manter.Quando, por fim, a sala ficou quase vazia, respirei fundo e decidi que era hora de ir para casa. Com as mãos tremendo de cansaço, fui até o camarim, troquei meu uniforme por algo mais confortável, peguei minha calça jeans, meus tênis brancos, que, apesar de um pouco sujos, sempre me acompanhavam em minhas caminhadas solit
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