A tarde estava silenciosa no chalé. Madeleine revisava anotações do projeto quando uma batida leve soou na porta. Ao abrir, encontrou Emil, cachecol torto, as bochechas coradas pelo frio.
— Vai ter ensaio do coral no salão comunitário hoje. Quer ir? — perguntou, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.
— Coral?
— Da escola. Mas também tem gente da vila. É… legal. — Ele deu de ombros, como quem não queria demonstrar expectativa.
Madeleine hesitou por um instante. O salão comunitário ficava a poucos minutos dali, mas ela raramente ia a eventos que não estivessem ligados ao hotel.
— Acho que posso ir — respondeu, sorrindo.
O caminho foi curto, mas Emil falava pouco, chutando a neve de vez em quando. O salão se erguia no centro da vila, uma construção simples de madeira clara, com grandes janelas iluminadas por dentro. O som das vozes escapava pelas frestas da porta antes mesmo que eles entrassem.
Lá dentro, cadeiras estavam dispostas em fileiras, mas a maioria das pessoas estava de pé,