O domingo amanheceu com neve fina e céu azul desbotado.
Madeleine ficou um tempo deitada, olhando as partículas se acumularem no parapeito da janela como se o mundo estivesse sendo pintado devagar, pincelada por pincelada.
Nenhum alarme tocou. Nenhuma urgência.
Ela apenas respirou.
Levantou sem pressa, vestiu meias grossas e foi até a cozinha. A chaleira cantarolava no fogão quando notou que a luz da varanda se acendera automaticamente.
Era a primeira vez que percebia esse detalhe do chalé.
Como se o lugar soubesse a hora de acolher.
Pegou o cobertor novo e se sentou no sofá, chá fumegante nas mãos.
Na mesa, os desenhos da véspera ainda estavam espalhados. O de Emil, agora preso com fita ao canto da parede, parecia sorrir.
Havia uma ponte. Um fiorde. E o chalé.
Lugar de passagem transformado em lugar de permanência.
Mais tarde, organizou um pouco a bagunça da semana. Fez uma lista mental do que ainda precisava resolver na obra: ajustes da fundação no lado oeste, revisão do sistema hid