Rogério
Quando as palavras dela finalmente chegaram ao fim, eu senti minhas pernas fraquejarem. Um MENINO.
E uma MENINA.
Um casal.
Meus filhos.
Nossos filhos.
Por um instante, tudo ao meu redor desapareceu. Só existia ela, ali na minha frente, com os olhos brilhando, o véu caindo delicado sobre os ombros… e aquela barriga que agora parecia ainda mais milagrosa. Eu levei a mão à boca porque senti algo dentro de mim quebrar — de um jeito bom, profundo, avassalador.
— “Um… um casal?” minha voz saiu rouca, quase sem ar.
Ela sorriu e assentiu com aquele jeito doce que sempre me desmonta.
O mundo inteiro pareceu respirar fundo comigo.
Meus olhos arderam imediatamente — não era emoção simples, era algo maior, como se Deus tivesse colocado as duas mãos no meu peito e apertado com força.
Eu toquei a barriga dela com extremo cuidado, como se estivesse tocando o próprio futuro.
— “Meu Deus… amor… obrigado,” sussurrei, sentindo cada palavra tremer. — “Obrigado por confiar em mim pra ser pai do