Sentei ao lado da Camila na sala do médico, segurando sua mão com força. Eu podia sentir cada tremor seu, cada respiração curta. O cardiologista entrou, com uma pasta cheia de exames nas mãos, e nos cumprimentou com um aceno sério.
— Elisabeth, Camila — começou ele, com a voz calma, mas firme —, analisamos todos os exames e precisamos ser sinceros: o quadro da Camila é grave. Ela tem cardiomiopatia dilatada, uma condição que enfraquece o músculo do coração e prejudica a circulação. Se não fizermos a cirurgia, o risco de complicações sérias é muito alto.
Senti um frio percorrer minha espinha. Camila segurou minha mão com mais força, como se pudesse me ancorar naquele momento.
— Qual… qual é a cirurgia, doutor? — ela perguntou, a voz quase sumindo.
— Será um transplante parcial ou reparo do ventrículo, dependendo da evolução nos próximos dias. É um procedimento delicado e extremamente caro. O valor aproximado gira em torno de duzentos mil reais. — Ele fez uma pausa, olhando para nós