Estela
Já se passaram dois meses desde aquela semana mágica com o Guilherme. Dois meses desde que ele voltou pra cidade dele… mas parece que ainda tá aqui comigo.
Todas as noites a gente se fala. Mensagens carinhosas, fotos, áudios com a voz dele baixinha me desejando boa noite. Às vezes ele manda só um “Te quero”, e aquilo já me desmonta inteira.
Hoje, no entanto, eu acordei esquisita. Cansada. Meio enjoada. Mas achei que fosse só o sono acumulado.
Na faculdade, as vozes no corredor pareciam ecoar dentro da minha cabeça. Mei falava alguma coisa sobre o trabalho de anatomia, e eu tentava acompanhar, mas minha visão ficou meio embaçada por um segundo.
— Estela, você tá bem? ela me olhou preocupada.
— Tô… só um mal-estar bobo. Deve ter sido algo que comi.
— Quer ir no médico?
— Não, amiga. Vai passar. Sério. Nem se preocupa.
Ela continuou me olhando com aquela cara de quem não acredita, mas resolveu mudar de assunto. Eu agradeci por dentro.
— Mas olha... apesar disso tudo, eu tô feliz,