Camila
A madrugada avançava lentamente enquanto nos revezávamos para cuidar das meninas resgatadas. O galpão estava mais aquecido agora, e Helena organizava roupas limpas, cobertores e alimentos leves.
Algumas das garotas ainda estavam assustadas demais para falar, outras estavam tão exaustas que simplesmente dormiam, mas todas estavam recebendo os cuidados que precisavam desesperadamente.
Meu coração ainda estava acelerado, incapaz de processar completamente tudo o que tinha acontecido. Meu olhar voltou para Valentina, a menina que eu havia carregado nos braços, e para Isabella, a pequena que estava com ela na cela.
Ambas estavam muito fracas. Valentina já conseguia beber água aos poucos, mas Isabella mal conseguia abrir os olhos.
Camila estava ajoelhada ao lado da irmã, segurando sua mão como se temesse que Valentina desaparecesse a qualquer instante. Sua expressão era um misto de choque, alívio e dor.
— Val… A voz de Camila saiu embargada, trêmula, como se dissesse o nome d