O silêncio pesado que tomou conta da lanchonete foi brutal. O burburinho dos clientes morreu, os talheres repousaram nas mesas e até o som das fritadeiras pareceu cessar.
Jacob não via mais ninguém.
A única coisa que ele enxergava era o ódio puro nos olhos da mulher que um dia tentou amar e a maneira venenosa como os lábios dela se curvaram antes de disparar as palavras que o fizeram explodir.
— Está preocupado porque sua bastardinha escutou tudo, não é? — Samantha cuspiu as palavras com escárnio, os olhos brilhando de crueldade.
Jacob paralisou.
Seu corpo ficou rígido, a raiva queimando por dentro como fogo líquido. Sua mandíbula trincou e, por um breve instante, o mundo perdeu o som. Tudo o que existia era o eco daquelas palavras horríveis e o medo dilacerante que o atingiu como uma lâmina afiada.
“Valentina escutou?” “Minha filha escutou isso?”
Em um piscar de olhos, Jacob se moveu sem pensar e num ímpeto de fúria, agarrou o braço de Samantha com firmeza, puxando-a para perto. Seu