O pequeno parque ao lado do hospital estava quase vazio, apenas algumas folhas secas rodopiavam ao sabor do vento suave da tarde. O céu tingido em tons alaranjados parecia refletir o turbilhão de emoções dentro de Valentina.
Ela estava sentada ao lado de Mia, mas sua mente estava longe, perdida em um mar revolto de dúvidas e sentimentos desconhecidos. Seus pequenos dedos tremiam sobre o tecido do vestido, enquanto seu peito subia e descia em uma respiração entrecortada.
Não iria chorar, não ainda.
Mia suspirou, observando a expressão devastada da menina. Ela estendeu as mãos e segurou as dela, notando como estavam frias.
— Eu sei que é muita coisa para você entender, meu amor… — sua voz era doce, acolhedora. — Apenas acredite, nada do que aconteceu muda quem você é.
Valentina ergueu o olhar lentamente, seus olhos verdes brilhando com lágrimas não derramadas.
— O tio Jacob é meu pai? — sua voz saiu pequena, trêmula, carregada de algo que Mia reconheceu como medo e esperança misturados