A casa dormia, como se todo o universo tivesse respirado fundo e escolhido fazer silêncio.
O corredor estava escuro, exceto pela luz suave do abajur do quarto infantil. Uma brisa leve movia as cortinas e um cheiro de lavanda pairava no ar. No berço, Benjamim dormia com o punho fechado próximo à bochecha e o outro erguido como quem alcança o próprio sonho.
Luna o observava com aquele olhar que só as mães têm, um misto de ternura, exaustão e amor absoluto.
Jacob estava atrás dela. Encostado na porta, com os braços cruzados sobre o peito, o olhar preso à cena. Seus olhos estavam marejados. Sempre que olhava para o filho mais novo, era como se enxergasse a cura de tantas ausências.
— Ele é tão pequeno… e ao mesmo tempo carrega tanto da gente — disse ele, num sussurro rouco.
— Ele carrega tudo que vivemos… e tudo o que faltou também — respondeu Luna, sem tirar os olhos do bebê.
Jacob se aproximou devagar. Colocou o queixo no ombro dela, os lábios quase tocando sua pele.
— Eu fico imaginand