Samantha Taylor LancasterTudo ao meu redor estava destruído.Os cacos de vidro brilhavam no chão como pequenas estrelas fragmentadas, espalhadas pelo carpete caro da sala. O bar, antes impecavelmente organizado, agora era um caos de garrafas quebradas, líquido derramado e o cheiro forte de álcool impregnado no ar.Minhas mãos tremiam. O sangue escorria lentamente dos cortes profundos em minha pele, misturando-se ao uísque derramado, mas eu não sentia dor. O que queimava dentro de mim era algo muito mais profundo.Ódio.Humilhação.Essa verdade, essa maldita verdade, martelava na minha cabeça sem parar, como um martelo cravando um prego profundamente no meu peito. Por mais que deteste aquela bicha, o que ele me disse apenas comprova que eu sempre soube. Jacob nunca me amou.Sai daquele bar destruída e humilhada. Minhas amigas não disseram nada, me deixaram na porta de casa, mas não entrei… não tinha ninguém em casa me esperando, nem mesmo o bastardo do meu filho. Peguei um táxi e f
Uma semana havia se passado e Anthony tinha viajado para o Canadá em busca de respostas. A relação entre Jacob e Samantha estava cada vez mais degradante. O advogado dele tinha procurado Samantha com os papeis do divorcio, Samantha o colocou para fora de casa aos pontapés, em seguida foi até a empresa onde sem pedir licença, entrou na sala do marido o confrontando. Foi necessário Liam se intrometer para evitar um mal maior. Depois desse confronto, Jacob decidiu sair de casa e ir para o Apart hotel. Samantha não aceitou com facilidade e se humilhou mais uma vez aos pés de Jacob que segurou em seus ombros e encarou os seus olhos azuis.— Por favor, Samantha, não faça isso! Por mais que ela implorasse e fizesse ameaças contra a sua vida, ele, pela primeira vez, não recuou e manteve a sua palavra, saindo de sua casa onde tinha vivido com Samantha nos últimos sete anos, deixando um passado para trás. Sophie se mudou para a casa da filha, estava preocupada com a saúde mental da filha, po
O sol brilhava do lado de fora da sala de aula, mas dentro da mente de Valentina, uma tempestade começava a se formar. Tudo estava bem até segundos atrás, ela estava sentada em sua cadeira, rabiscando pequenas flores no canto de seu caderno enquanto ouvia a professora explicar a atividade e de repente, o mundo ao seu redor ficou distante.O som das vozes desapareceu, o lápis escorregou de sua mão quando uma sensação esmagadora tomou conta de seu peito.Um medo intenso. Uma angústia profunda, desconhecida, mas tão real quanto o ar que ela respirava. Seus dedinhos apertaram a borda da carteira com força.— Joshua…Seu nome surgiu em sussurro, mas a sensação que veio com ele foi como um grito.Ela não sabia explicar, mas sabia que algo estava errado. O medo de Joshua era o seu medo. A dor dele era a sua dor.Seus olhos começaram a arder, a visão ficando turva pelas lágrimas que se formaram rapidamente.Seu pequeno corpo começou a tremer e seu coração acelerou.— Valentina? — a voz suave
O dia havia começado como qualquer outro. Reuniões, contratos, decisões importantes. Mas um telefonema foi o suficiente para que tudo ao redor perdesse sentido.Jacob estava na empresa, tentando manter a concentração nos números e documentos à sua frente, mas sua mente estava inquieta. O telefonema de Anthony, logo cedo, ainda ecoava em sua cabeça.— Já desembarquei no Canadá. Assim que eu deixar minha mala no hotel, irei até o endereço da enfermeira.Essas palavras martelavam em sua mente sem parar. Ele sabia que estava muito próximo da verdade, mas será que estava pronto para ouvi-la?O que realmente aconteceu naquela noite de 13 de outubro?Um frio percorreu sua espinha, como um presságio de que algo ainda pior estava por vir.E veio.A porta de sua sala foi aberta abruptamente. A expressão de sua secretária fez o sangue de Jacob gelar no mesmo instante.O rosto dela estava pálido, os olhos arregalados de pavor.— Senhor Lancaster… — ela hesitou, a voz embargada pelo medo.O coraçã
Liam dirigia como se o próprio inferno estivesse em seu encalço. O carro cortava as ruas da cidade em alta velocidade, os faróis iluminando o caminho, cada segundo era precioso demais para ser desperdiçado. Dentro do veículo, o silêncio era denso, quase sufocante. Kaleb e Liam trocavam olhares preocupados, mas nenhum dos dois dizia uma palavra. Qualquer tentativa de amenizar a situação seria inútil.Jacob estava imóvel no banco do passageiro, sua inquietação era evidente. Seus dedos tremiam levemente enquanto passavam pelos cabelos, puxando-os para trás, como se a dor física pudesse, de alguma forma, aliviar o caos dentro dele. Seu peito subia e descia rapidamente, sua respiração era entrecortada, quase ofegante. O medo esmagava seus ombros, uma sombra gélida apertando seu coração.— Jacob… — Liam começou, sua voz baixa, tentando ao menos arrancar uma reação do amigo.Ele sequer piscou. Estava ali, mas não estava. Sua mente já havia corrido para o hospital, para o quarto onde Joshua
Jacob caminhava ao lado do médico com o coração acelerado. Finalmente, Dr. Lincoln parou diante de uma sala pequena e indicou que entrassem.Jacob hesitou por um breve momento antes de seguir o Dr. Lincoln. O ambiente era simples, funcional, mas naquele instante parecia mais frio do que qualquer outro lugar no hospital. As paredes brancas e impessoais, a luz fluorescente que lançava sombras duras sobre a mesa de madeira, o silêncio do médico, tudo favorecia o aumento da angústia que crescia em seu peito..Seu coração martelava dentro do peito como um tambor de guerra, mas ele sabia que precisava se manter forte pelo filho. Sentou-se lentamente, sua postura era tensa, como se estivesse prestes a enfrentar um julgamento do qual não poderia escapar. Ele apoiou os cotovelos na mesa, entrelaçando os dedos, enquanto sua perna balançava freneticamente sob a cadeira.Liam e Kaleb entraram logo atrás, mantendo uma distância respeitosa, prontos para apoiá-lo.Dr. Lincoln suspirou, pegando uma p
O hospital estava silencioso naquele final de tarde, mas dentro do coração de Luna, havia uma tempestade. Suas mãos estavam frias, os dedos levemente trêmulos enquanto caminhava ao lado de Mia e Valentina pelos corredores brancos e inflexíveis daquele prédio. Cada passo ecoava com um peso invisível, como se as paredes soubessem o que estava por vir. O ar parecia denso demais, carregado de algo que ela não conseguia nomear, apenas doía. Uma angústia surda, uma dor crescente que apertava seu peito cada vez que olhava para a filha, tão pequena, tão cheia de vida, sem saber o que se escondia por trás daquele reencontro.Seu coração batia forte contra o peito. Uma parte dela desejava correr para longe, mas a outra parte, a mais forte, a empurrava para frente. Algo dentro dela dizia que as coisas estavam prestes a mudar. De forma definitiva.Assim que virou o corredor, seu olhar foi direto para a lanchonete do hospital. Ali estava ele.Jacob.Sentado sozinho em uma das cadeiras de metal, c
O silêncio no luxuoso apartamento foi interrompido pelo som cortante do celular de Samantha vibrando sobre a mesa de vidro. Ela revirou os olhos, impaciente, interrompendo sua discussão com Scarlet. A advogada esperava com a pasta de documentos aberta, aguardando a assinatura que nunca viria.— O que é, mãe? — atendeu sem cerimônia, com o tom carregado de tédio.Do outro lado da linha, a voz da mulher soou afiada como uma lâmina.— Joshua acabou de ser hospitalizado.Por um momento, Samantha ficou em silêncio. Seus dedos deslizavam levemente sobre a borda da taça de vinho que segurava, seus olhos permaneciam frios sem qualquer vestígio de emoção.— E daí? O que eu tenho a ver com aquele bastardo? — disse, desinteressada, levando a taça aos lábios.Do outro lado, sua mãe suspirou, impaciente.— Samantha, por acaso ainda está nos seus planos salvar esse casamento? Se sim, aconselho começar revendo seus métodos — a voz da mulher se tornou mais dura. — Como mãe de Joshua, deve estar ao la