Luara
O medo era um companheiro constante, colado a mim como uma sombra. Eros não se afastava nem por um instante; até a ida ao banheiro se tornou uma atividade a dois. No fundo, eu entendia sua apreensão, pois a minha era igualmente intensa. Minha natureza loba, instintivamente protetora com a proximidade do nascimento dos meus filhotes, também se mantinha em alerta constante, meus sentidos aguçados captando cada vibração no ar.
Uma dorzinha incômoda começou a surgir, uma fisgada chata que me preocupava, pois era a terceira vez que a sentia naquele dia. Meu corpo tremia levemente.
— Você está bem? — perguntou Eros, seu olhar sempre atento, captando minha crescente agitação.
— Aquela dorzinha voltou — murmurei, franzindo a testa. A loba em mim reconhecia os sinais, a urgência crescendo a cada instante.
— Será que vai nascer? — sua voz carregava uma ponta de ansiedade, seus sentidos vampíricos certamente percebendo as mudanças em meu ritmo cardíaco e respiração, o calor emana