Luara
A confusão se instalou, mas o instinto de proteger meus filhotes era mais forte. Corri desesperada em minhas quatro patas, meus sentidos lupinos captando os sons da batalha que se intensificava ao longe. O cheiro de sangue e morte era avassalador, fazendo a loba em mim uivar de angústia. Era um fedor metálico e adocicado, que se agarrava ao ar e à minha pelagem, um lembrete constante da carnificina que deixava para trás. O som dos rosnados e uivos dos lobos em combate, os gritos lancinantes dos feridos e o estalar de ossos se misturavam em uma sinfonia infernal que feria meus ouvidos sensíveis.
Saí da briga em meio ao caos, esgueirando-me por entre corpos e sombras. Meus sentidos lupinos, aguçados pela adrenalina e pelo medo, captavam cada detalhe horripilante. Pude ouvir o baque pesado de corpos caindo, o estalo seco de ossos quebrando e os lamentos agonizantes daqueles que não tiveram a mesma sorte que eu de escapar. A cada passo, a terra tremia sob minhas patas, e o ar vibrav