“Aquela caixa guarda o peso do meu passado… mas foi Luna quem encontrou a chave para abrir as correntes da minha alma.” — Fernando Torrenegro
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Ela havia tocado na caixa. Eu não precisava que dissesse em voz alta; estava escrito nos gestos, na forma como seus dedos inquietos tamborilavam contra a mesa, na rigidez de sua postura quando o assunto surgiu. Luna tinha cruzado a linha. Aquela caixa não era apenas madeira e ferro. Era o túmulo das minhas escolhas, dos meus pecados. Nela estavam registros, cartas, fotos e fragmentos de uma história que eu nunca quis partilhar. Uma história que corria com o sangue que me trouxe até aqui.
E agora… ela havia sentido.
Aquela maldita intuição dela era capaz de perceber até o que o olhar humano não alcançava.
Naquela noite, quando o silêncio reinava e a mansão adormecia, fui até a biblioteca.
Passei a mão pelas lombadas dos livros até chegar ao espaço onde a caixa havia estado.
Coloquei-a sobre a mesa, abri o fecho, e encarei o conteúdo.
Ali estav