“Não será Castilho quem me destruirá… será Luna, com o veneno doce de um beijo que nunca deveria ter existido.” — Fernando Torrenegro
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A madrugada me engole, e eu a engano fingindo que ainda sou o mesmo Don que controla cada movimento no tabuleiro. Mas por dentro, sou só um homem marcado, dividido entre a porra da vingança que me sustenta e o gosto da boca de Luna que me destrói.
Ela não sabe — ou talvez saiba — que me tornei refém dela. Não das correntes, mas de algo muito mais implacável: do som do meu nome na sua voz, da maldita paz que sinto quando a tenho perto. Castilho me arrancou tudo, e agora, ironicamente, a filha dele é quem me dá aquilo que eu não posso ter: redenção.
Mas redenção é veneno. Eu não posso me curar. Se eu me curar, perco a sede, e sem a sede de vingança, o que sobra? Um homem comum, fraco, vazio. Um ninguém.
Ontem à noite, quase fui até ela. Quase. Minha mão tremia na maçaneta, como se estivesse diante do inimigo mais perigoso que já enfrentei. Não eram arm