POV: Lorenzo.
Aquele era para ser um dia de celebração.
Depois do nascimento de Aurora e do breve — e intenso — reencontro com Estela na maternidade, permaneci ali por mais tempo do que devia. Assim que a porta se fechou atrás dela, minha mãe se virou para mim com aquele olhar cheio de intenções.
— Ela é ainda mais bonita pessoalmente, Lorenzo. — Sua voz era baixa, elegante. — E tem fogo nos olhos. Gosto dela.
— E ainda não me matou — completei com um meio sorriso, afundando no sofá de couro ao lado de Matteo.
Matteo soltou uma risada seca, ajeitando o blazer.
— Giulia também queria me matar no começo. E, sinceramente, às vezes ainda quer. — Me encarou sério. — Você sabe que esse caminho não é fácil, irmão. Mas, se é ela, o destino vai empurrar vocês até colidirem de novo.
Eu não disse nada. Só encarei o copo de whisky que girava em minhas mãos como se ali estivessem todas as respostas que eu precisava.
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Nos dias seguintes, me entreguei ao que conhecia bem: o caos