O quarto estava silencioso, como se todos os sons tivessem sido absorvidos por aquele momento íntimo e sagrado. Lorenzo segurava Aurora com tanto cuidado, os olhos fixos nela, como se estivesse diante do tesouro mais raro do mundo. O brilho dourado da pequena corrente em sua mão refletia a luz do sol filtrada pelas cortinas claras. A corrente trazia o brasão dos Moretti — uma rosa entrelaçada a um punhal.
Nossos olhares se cruzaram, e o impacto foi imediato. Era como ser puxada por uma força invisível, arrastada por um redemoinho onde lembranças, dor e desejo se misturavam sem clemência. Meus pulmões falharam por um instante, e por sorte, a voz suave de Beatrice me trouxe de volta à superfície.
— Chegamos no momento exato. A benção da família é algo que só os Moretti entendem completamente. — Ela sorriu ao me olhar de lado. — E acho que agora você começa a compreender um pouco mais.
Assenti com a cabeça, tentando disfarçar o caos que se espalhava dentro de mim.
Depois da cerim