POV: Estela
Os dois dias de folga passaram como um sopro.
Rápido demais.
Bonito demais.
Curto demais.
Minha mãe, minha irmã, Catarina… a casa cheia de risadas, cheiros, vozes que eu não ouvia há tanto tempo. Aquelas paredes ganharam cor. Vida. Amor.
E com minha mãe, como sempre, o assunto uma hora escapou pelos meus lábios, sem pedir permissão.
Falei sobre ele. Sobre Lorenzo.
— “Mãe, eu tô com medo. Eu sinto… sinto algo por ele. Mas é tudo tão rápido, tão intenso… parece que me atropelou.”
Ela me olhou com aquele olhar que só mãe tem. Aquele que vê além das palavras.
— “Às vezes, filha, não é a rapidez que assusta. É a profundidade. A gente se apaixona por quem faz nossa alma reconhecer algo que o corpo ainda tá tentando entender.”
Guardei aquilo. No peito. Como se fosse um cobertor em noite de inverno.
Em um desses dias, recebi a mensagem dele.
“Você e sua família terão vigilância. Apenas por precaução. Você confia em mim?”
Minhas mãos nem hesitaram.
“Sim. Mas se cuid