ETHAN PETTERSON
O vento lá fora estava mais frio do que quando chegamos.
Cristina passou direto pela porta do restaurante, sem olhar pra trás, o salto batendo ritmado no asfalto. Rosália veio logo atrás, ajeitando o casaco e bufando, claramente irritada, mas não com o mesmo tipo de fúria que Cristina exalava. Era mais... indignação.
Eu respirei fundo, tentando relaxar o maxilar que ainda doía de tanto apertar os dentes. Se eu tivesse ficado mais um minuto naquela mesa, teria perdido o controle.
Rosália foi a primeira a quebrar o silêncio:
— Então... — ela olhou pra mim com uma sobrancelha arqueada. — A gente tem mesmo outro compromisso ou isso foi só uma desculpa qualquer pra sair de lá? Se for só uma desculpa, tudo bem — Rosália continuou. — Mas eu ainda quero comer, porque eu tô faminta. Aquela família me tirou o apetite, mas agora ele voltou.
Cristina beliscou discretamente o braço dela, reprovando a falta de filtro, e Rosália deu um gritinho:
— Ai! Você nem comeu nada também, apos