Capítulo 22 – A Voz da Duquesa
As notícias correram rápido pelos corredores da Fortaleza de Varmond — como sempre acontecia. Mas naquela noite, não eram sobre peste, política ou previsões. Era sobre a Duquesa. E sobre o que ela havia feito com a governanta e três criados.
Dessa vez, o sussurro não vinha acompanhado de alívio, mas de receio.
Alastair Adam Liriafrith ouviu tudo ainda no escritório. Já estava lá. Sentado à mesa, braços cruzados, olhos fixos nas chamas contidas da lareira. E mesmo antes de falar uma só palavra, o ambiente parecia diferente. Mais denso. Mais perigoso. A quietude que o rodeava não era paz. Era o prenúncio de tempestade.
O escritório do Duque era tão austero quanto ele — um aposento de pedra escura, onde o calor do fogo se concentrava sem jamais aquecer de verdade. O brasão de Varmond dominava a lareira como uma sombra em ferro, lembrando a todos quem governava ali. Papéis, selos e mapas cobriam a imensa mesa de carvalho, e o ar era pesado com o cheiro de co