Capítulo 11 – Algemas e Cortesias
A marcha desacelerou. Ouvi os cascos pisando mais devagar, os estalos de gelo sob os pneus da carruagem, os murmúrios abafados dos soldados trocando comandos. Lá fora, o mundo parecia ter mudado de tom — o branco era mais denso, o ar mais seco, o silêncio… mais pesado.
Não era só o clima. Era o lugar.
A temperatura caiu alguns graus antes mesmo da carruagem parar. Não fisicamente, mas dentro do peito. Os soldados não sorriam. Não conversavam. Quando falavam, usavam palavras curtas, objetivas. Nenhum olhar era leve. Nenhuma presença, acolhedora.
Bem-vinda ao Norte, pensei. Ao lar do infame.
A carruagem parou com um solavanco sutil. O couro das rédeas rangeu. Meus ombros estavam tensos — talvez pela expectativa. Ou pelo instinto. O tipo de instinto que nasce quando se convive tempo demais entre predadores.
Uma batida seca do lado de fora.
A porta se abriu.
A primeira coisa que vi foi o cinza do céu. Depois o preto da capa de Alastair, ondulando c