Capítulo 12 – As Vésperas
Naquele dia, o império acordou com os olhos voltados para o Norte.
De Velmora às vilas mais esquecidas de Enraven, não se falava de outra coisa: o casamento dos monstros. O Duque tirano de Varmond, aquele que já fora banido da sucessão, agora tomava para si a última Linperic — a mulher que carregava nas veias a magia mais temida da história. Os fiéis chamavam de profanação, os nobres de ameaça, os plebeus de espetáculo. Até os clérigos, sob coação, preparavam os salmos com a cabeça baixa, murmurando preces entre dentes cerrados. Uns esperavam um massacre. Outros, um milagre. Mas todos sabiam de uma coisa: o império jamais voltaria a ser o mesmo.
Dentro da fortaleza, o quarto era grande demais, silencioso demais. Decorado com veludos azul-acinzentados, tapeçarias bordadas com brasões do Norte e arranjos de flores brancas recém-colhidas — escolhidas não por Rudbeckia, mas por Elizabeth. Tudo cheirava a neve, tradição e contenção.
Ela estava sentada em frente ao