Capítulo 12 – O Inimigo Invisível
Assim que desci da carruagem, sem tempo para piscar, elas surgiram. Duas mulheres — empregadas, claramente — com vestidos escuros e aventais impecáveis. Baixas, ágeis, sem expressão. Não perguntaram meu nome. Não me deram boas-vindas. Apenas se aproximaram e fizeram um leve gesto com a cabeça, como se dissessem que eu devia segui-las. E eu segui.
Não por confiança. Mas porque eu precisava observar. Entender o ambiente, os ritmos, as regras silenciosas daquela fortaleza. Primeiro, eu me adaptaria. Depois… reagiria.
O interior da fortaleza era escuro e silencioso. Pedra e madeira, quase tudo acinzentado. Havia tapeçarias aqui e ali, mas nada aquecia aquele lugar. Nem o ar. Nem as intenções.
Subimos dois lances de escada. Nenhuma palavra. Nenhum olhar.
Fui levada até uma porta alta, de madeira escura com ferragens ornamentadas. O trinco rangeu ao ser empurrado. Entramos.
Era um quarto. Grande. Frio.
O chão era de mármore branco com veios negros que