O sol mal tinha subido quando Clemilda surgiu cavalgando com estilo: calça justa, bota de couro e sorriso de quem já tinha ganhado o dia. Desfilava no cavalo marrom como se estivesse numa propaganda de sabão em pó rural.
Passou perto da porteira e viu a cena: Bento, distraído, deixava o leite escorrer do balde — direto nos pés de Charlotte.— Eiii, seu ogro! Cuidado! — gritou Charlotte, pulando pra trás, toda suja de leite e indignação. — O que você tá olhando?Bento piscou, confuso, e respondeu:— Ah, nada… ocê que atrapalhou aqui. — Tentou disfarçar, mas o olhar tinha ido direto pra Clemilda montada.Charlotte virou-se a tempo de ver a rival balançando os cabelos como se estivesse em câmera lenta.O sangue ferveu.Zuleika apareceu na porta da cozinha, mão na cintura com raiva.— Ô fio! Cadê o leite? Isso era pro café, não pro jantar!— Já vou, mainha! — gritou Bento, ainda tentando limpar os pés de C