Roxane bufava, os braços cruzados, enquanto fitava Joseph com uma expressão amarga. Estavam sentados na sala abafada onde ele vivia agora, um espaço apertado demais para o ego inflado dela e a vergonha dele.
— Você arruinou tudo! — cuspiu ela, a voz cortante como lâmina. — Era simples, Joseph. Simples! Você se aproximaria da sua filha com cuidado, ganharia a confiança da Clara pouco a pouco, mostraria que tinha mudado... e com isso, afastaríamos o Noah. Mas o que você faz? Aparece como um fantasma no maldito parque, ela entra em pânico e sofre um acidente! Agora está se recuperando na casa dele! — Ela riu, seca e amarga. — Parabéns, Joseph. Brilhante. Um verdadeiro gênio da sabotagem.
Joseph apertou as mãos entre os joelhos, em silêncio. Sabia que, no fundo, ela tinha razão — mas nada do que dissessem ali poderia apagar o que já estava feito.
Ele fechou os olhos, e a lembrança veio com força.
Lembrava com clareza do dia em que Roxane apareceu à sua porta, naquele apartamen